Armários, roupas, portas, gavetas, chaves, papéis, lembranças inúteis. Fotos, janelas, recentes ensaios. Gotas espalhadas pelo vento. Nada mais fazia sentido. Eu estava de mudança, de novo... para o mesmo lugar de onde saíra.
Não queria gritar, nem assustar, nem ser incrédula mais uma vez, nem me esconder no porta-retrato. Nem ficar mais nas sombras diante de tantas luzes. Nem remoer falsas esperanças. Ouvia meu rock preferido. Me revoltava contra o inimigo. Contra tantos inimigos de quem eu nada sabia. E contra um que eu desconhecia ao mesmo tempo. Tempo...! De dar voltas, chorar, desanimar, retroceder, morrer... e aonde andava o tempo de se abraçar, de recomeçar, de sorrir?
Se eu pudesse derrotar a todos que ficavam me rodeando, talvez estivesse mais feliz.
Queria saber tudo o que não sabia!
Mas, certo dia, revolvi estranhos sentimentos à luz das palavras benditas. Descobri que precisava ser transformada, ou seja, virar outra, e tudo estaria resolvido, ou melhor, eu teria a chave para resolver...
Olhei pra dentro de mim, e descobri o pior inimigo. O mais confuso e curioso: minha vontade.
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