sexta-feira, 1 de abril de 2011

Sonhos

Naquele dia, tudo parecia igual. As mesmas canetas, o mesmo ursinho, as mesmas lágrimas...
Mas estava diferente.

A palavra não era a mesma, ela se renovou. A fé não era a mesma, ela cresceu, suportou a dor. Não era mais um dia. Era menos um dia para que tudo acabasse.

O sonho da princesa naquela manhã acordou encoberto, misterioso, cheio de uma esperança incontestável. Para ela, era impossível o sonho real e o imaginário. Para ela, tudo já não se encaixava perfeitamente, algo faltava. De novo. Uma nova dor tentava se aproximar e fazer morada em seu coração.

Mas aquela voz, que sempre a acompanhava, estava mais forte que nunca. E ela, por dentro, se perguntava: "como pode o próprio Sol derramar novamente um raio sobre a minha vida? Será que já não tive minha chance, e essa chance se foi..."

Ela não podia, não, não podia se questionar e reclamar de seus rumos. Já lhe fora dada uma vida que ela desperdiçara antes, já fora agraciada com sentimentos e situações que jamais fora capaz de imaginar, de sonhar...

Em meio a mensagens, transformações e ensinamentos, a princesa tomou para si uma armadura e subiu ao Moriá. Rompendo os próprios limites humanos, entregou tudo o que restava e se apegou ao Rei. Esperou até o amanhecer, quando os sonhos não podiam perseguí-la mais.

E esperou, porque a noite continuava. Esperava, dessa vez, ver estrelas.