sábado, 30 de abril de 2011

Contradições

Acho que todos já fizeram algo que não queriam. Ou melhor, que queriam lá no fundo, mas não n superfície.

Enquanto muitos pedem forças para lutar, eu pedi para desistir. Enquanto todos pediam para sonhar, eu pedi para sorrir. Enquanto todos pediam a continuação, eu pedi o final. Mas o final não veio.

Seguir o coração? Não, pedi para seguir a razão, a indignação. Presente que não me foi dado.

Pelo contrário, foi-me dada a contradição dentro de mim mesma. Então, vou sim tentar compreendê-la em vez de recusar...

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Príncipe

Ele já não existia. Por decisões e indecisões, seu coração sofria. O Rei sofria. A princesa sofria.

Sim, ela não queria saber, mas sabia. Só queria entender, mas não era capaz. Esperaria, e o problema não era esperar. Curiosamente, o problema era saber.

O príncipe fora sequestrado. Se abandonara e se sentia abandonado. E ninguém sabia onde encontrá-lo. Talvez nem ele mesmo. As escamas o abatiam. As esperanças o acusavam. Ele não via mais o amor do Rei, e tantas coisas que o Rei lhe reservara.

Dentre tantas tristezas, umas palavras invadiram o coração da princesa. Não havia um sim ou um não, mas a certeza de que, dali para frente, só viria o melhor. Um dia ela ainda veria o príncipe, para sempre...

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Sonhos

Naquele dia, tudo parecia igual. As mesmas canetas, o mesmo ursinho, as mesmas lágrimas...
Mas estava diferente.

A palavra não era a mesma, ela se renovou. A fé não era a mesma, ela cresceu, suportou a dor. Não era mais um dia. Era menos um dia para que tudo acabasse.

O sonho da princesa naquela manhã acordou encoberto, misterioso, cheio de uma esperança incontestável. Para ela, era impossível o sonho real e o imaginário. Para ela, tudo já não se encaixava perfeitamente, algo faltava. De novo. Uma nova dor tentava se aproximar e fazer morada em seu coração.

Mas aquela voz, que sempre a acompanhava, estava mais forte que nunca. E ela, por dentro, se perguntava: "como pode o próprio Sol derramar novamente um raio sobre a minha vida? Será que já não tive minha chance, e essa chance se foi..."

Ela não podia, não, não podia se questionar e reclamar de seus rumos. Já lhe fora dada uma vida que ela desperdiçara antes, já fora agraciada com sentimentos e situações que jamais fora capaz de imaginar, de sonhar...

Em meio a mensagens, transformações e ensinamentos, a princesa tomou para si uma armadura e subiu ao Moriá. Rompendo os próprios limites humanos, entregou tudo o que restava e se apegou ao Rei. Esperou até o amanhecer, quando os sonhos não podiam perseguí-la mais.

E esperou, porque a noite continuava. Esperava, dessa vez, ver estrelas.